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GRUPO SOMA TEM PREJUÍZO DE R$ 1,85BI NO 4º TRIMESTRE COM BAIXA CONTÁBIL BILIONÁRIA NA HERING

26 de março de 2024

A companhia, que também controla as marcas Animale e Farm, reverteu lucro líquido de R$ 72,4 milhões, apurado um ano antes.

O Grupo Soma, companhia que controla marcas como Animale, Farm e Hering, registrou prejuízo líquido de R$ 1,85 bilhão no quarto trimestre deste ano, ante lucro líquido de R$ 72,4 milhões um ano antes.

Uma baixa contábil — perda por não recuperabilidade de ágio — de cerca de R$ 2,95 bilhões, ligada à aquisição da Hering, derrubou o resultado da empresa no período.

Sem esse e outros efeitos não recorrentes, o lucro ajustado foi de R$ 113,2 milhões no quarto trimestre, 13,9% maior que o resultado sob o mesmo critério nos últimos três meses de 2022. Em 2023, o resultado ajustado somou R$ 370 milhões, queda de 3,6%.

A perda, segundo a companhia, está relacionada, principalmente, à mudança no tratamento das “subvenções para investimento” no âmbito da reforma tributária, e que passarão a ter tratamento tributário diferente do previsto na época da aquisição da Hering, em 2021, por R$ 5,1 bilhões.

Com a aprovação da Lei nº 14.789, a partir de deste ano as subvenções para investimentos deverão entrar na base de cálculo de tributos como Imposto de Renda, CSLL, PIS e Cofins. “Dado que a companhia é extremamente dependente desses benefícios para fins contábeis, tivemos um efeito disso na projeção futura”, afirma Gabriel Lobo, diretor executivo do grupo Soma em entrevista ao Valor.

Outro efeito não recorrente que impactou negativamente o resultado contábil da empresa foi a baixa de sobra de matérias-primas destinadas a produtos de segunda linha da Hering no montante de R$ 43,6 milhões. A companhia teve uma reversão positiva de R$ 112 milhões proveniente de um acordo com o Banco Santos.

A receita líquida cresceu 10,4% no comparativo trimestral, para R$ 1,49 bilhão, enquanto a receita anual foi de R$ 5,36 bilhões, alta de 10,1%. A receita bruta da companhia no último trimestre de 2023 foi de R$ 1,75 bilhão, alta de 9%.

O resultado antes de juros, imposto, amortização e depreciação (Ebitda, da sigla em inglês) somou prejuízo de R$ 2,72 bilhões entre outubro e dezembro, ante o resultado positivo de R$ 188,8 milhões de um ano antes. No critério ajustado, o Ebitda cresceu 13,2%, para R$ 238,5 milhões, com margem de 15,9%, avanço de 0,4 ponto percentual.

A companhia finalizou o trimestre com base ativa de 5,9 milhões de clientes, um avanço de 7,8% no ano, e 1.068 lojas, das quais 690 são franquias.

As despesas totais do Grupo Soma somaram R$ 3,55 bilhões no último trimestre, aumento de 544% no comparativo trimestral. A despesa total ajustada totalizou R$ 630,6 milhões, representando 42,1% da receita líquida do trimestre, um aumento de 2,4 pontos percentuais na comparação com o mesmo período do ano anterior.

A companhia finalizou 2023 com caixa de R$ 605,7 milhões e uma dívida líquida de R$ 816,7 milhões. O nível de alavancagem foi de 1,2 vez medido pela razão entre a dívida líquida e o Ebitda ajustado.

Para 2024, a companhia tem como prioridade a fusão com a Arezzo&Co, que foi anunciada no início do ano e aguarda a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). “Com o closing da operação, a gente espera trabalhar de forma simbiótica com o time da Arezzo na construção dessa nova empresa”, afirma Lobo. (Colaborou Ana Beatriz Bartolo)

FONTE: VALOR ECONÔMICO – POR HELENA BENFICA VALOR — SÃO PAULO

 

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