Setor teve maior alta do PIB no 2º trimestre, mas impostos ainda são empecilhos
A indústria foi um dos setores que mais puxaram o crescimento da economia brasileira no segundo semestre, com avanço de 1,8%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicados nesta terça-feira (3).
Para especialistas, apesar desse impulso, o excesso de tributos ainda é um empecilho para o crescimento. A realidade, porém, deve mudar com a reforma tributária. Essa é a opinião de especialistas do setor ouvidos pela CNN para o terceiro episódio da série Caminhos para o Crescimento, exibido nesta quarta-feira (4) durante o Prime Time.
A carga fiscal média agregada ao setor industrial com o atual sistema tributário é de 42%, de acordo com dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o dobro da média do que é cobrado em outros países emergentes.
A reforma tributária é a grande expectativa do setor para equacionar melhor essa conta e destravar o crescimento.
“A gente espera que essa reforma realmente venha simplificar a vida das empresas”, comenta Luiz Carlos Moraes, diretor de relações institucionais da Mercedes Benz no Brasil.
Após liderar a alta do Produto Interno Bruto no segundo trimestre, a expectativa é de mais crescimento para o setor, destaca Rafael Lucchesi, diretor de desenvolvimento industrial da CNI.
“Deve crescer algo como 2,3% e é a agenda dos próximos anos tende a ser muito positiva”, diz o especialista.
“O Brasil fez uma escolha de futuro correta na virada do século apoiando a atividade a do agronegócio, e isso tem demonstrado o seu valor, com uma baixa carga fiscal, com crédito inclusive com recursos do Tesouro para equalizar a taxa de juros”, explica.
E junto à reforma, a transição energética aplicada ao setor industrial também é uma outra aposta de um futuro melhor para a indústria.
“O Brasil tem um enorme potencial na transição energética. O mundo precificou as emissões de carbono e o Brasil uma matriz energética limpa, um enorme potencial de produção de energia verde barata e isso pode ser um elemento impulsionador de uma nova industrialização para o país”, finaliza Rafael Lucchesi, diretor de desenvolvimento industrial da CNI.
FONTE: CNN BRASIL – POR DÉBORA OLIVEIRA