Câmara aprovou urgência para acelerar a tramitação da proposta; há expectativa de que o mérito seja votado em plenário nesta terça-feira (13)
A Câmara dos Deputados pode votar nesta terça-feira (13) o segundo projeto de regulamentação da reforma tributária. O texto estabelece as regras de funcionamento do comitê gestor do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) – criado para substituir o ICMS (estadual) e o ISS (municipal) – e prevê imposto sobre herança (ITCMD) para planos de previdência privada.
Veja, abaixo, o que está em discussão:
Comitê gestor
Trata-se de um colegiado, com representantes de todos os entes federados, que terá como responsabilidade administrar e fiscalizar o IBS.
De acordo com o texto que está nas mãos dos deputados, esse comitê será integrado por um Conselho Superior, órgãos subordinados como a Secretaria Geral e a Corregedoria, além de uma Diretoria Executiva – composta por nove diretorias (sendo que 30% delas deverão ser ocupadas por mulheres).
Composição:
Esses integrantes exercerão a função por um período de quatro anos.
Consta no projeto ainda que o comitê gestor realizará reuniões obrigatórias a cada 3 meses, podendo convocar reuniões extraordinárias quando necessário.
Heranças
O projeto em discussão na Câmara diz que não será cobrado ITCMD quando os bens forem herdados pelos seguintes beneficiários:
Estabelece ainda que a alíquota máxima a ser cobrada deverá ser fixada pelo Senado e será estabelecida por Estados e Distrito Federal sendo progressiva em razão do valor, legado ou doação.
Além disso, a proposta diz que os grandes patrimônios serão taxados com alíquota máxima, mas deixa a cargo dos Estados regulamentarem o que são esses “grandes patrimônios”.
Previdência privada
A proposta de cobrar ITCMD sobre planos de previdência privada complementar – o que inclui PGBL e VGBL – havia sido incluída na minuta prévia do projeto, mas foi retirada a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, devido à repercussão negativa.
No grupo de trabalho criado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), no entanto, a proposta foi restabelecida – mas com limitações.
O texto do relator, deputado Mauro Benevides (PDT-CE), diz que incide ITCMD sobre “aportes financeiros capitalizados sob a forma de planos de previdência privada ou qualquer outra forma ou denominação de aplicação financeira ou investimento, seja qual for a modalidade de garantia”.
Mas prevê duas exceções:
Tramitação acelerada
Os deputados aprovaram na segunda-feira (12) o requerimento de urgência para acelerar a tramitação do projeto. Com isso, fica dispensada a análise em comissões temáticas, e o texto pode ser votado diretamente pelo plenário. A expectativa é que o mérito seja apreciado nesta terça-feira (13).
Após a tramitação na Câmara, a proposta terá que passar pelo Senado.
Esse é o segundo projeto de regulamentação. O primeiro trata das regras gerais do novo sistema de tributação sobre o consumo. Foi aprovado em julho pela Câmara dos Deputados e aguarda análise do Senado.
(Colaboraram Marcelo Ribeiro, Raphael Di Cunto, Renan Truffi, Jéssica Sant’Ana e Beatriz Olivon)
FONTE: VALOR ECONÔMICO – BRASÍLIA