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‘CASHBACK’ PARA CARNES É ALTERNATIVA À PROPOSTA DE INCLUIR PROTEÍNA ANIMAL NA CESTA BÁSICA, AFIRMA HADDAD

10 de julho de 2024

Às vésperas da votação da regulamentação da reforma tributária, ministro da Fazenda fala sobre impacto na alíquota padrão e diz que ‘quanto menos exceções, melhor’

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (9) que o “cashback” tem um efeito distributivo importante e que aumentar o “cashback” para quem não pode pagar carne é uma alternativa à proposta de incluir o alimento na cesta básica nacional. Haddad disse que este tópico é o impasse mais relevante para a votação do parecer do primeiro projeto sobre a regulamentação da reforma tributária. A Câmara dos Deputados deve iniciar a análise nesta quarta-feira (10).

Haddad disse que a desoneração da proteína animal teria impacto, segundo a Receita Federal, de 0,53 ponto percentual a mais na alíquota padrão do IVA e de até 0,57 pp, de acordo com cálculos do Banco Mundial. O Imposto sobre Valor Agregado vai unificar cinco tributos.

O texto da reforma tributária não inclui a proteína animal com alíquota zero, fato que tem gerado polêmica entre parlamentares da bancada ruralista. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também defendeu a inclusão. Já o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), fez manifestações contrárias por causa do impacto na alíquota padrão do IVA.

Haddad disse apenas que o tópico está em negociação. “Há pontos a serem discutidos, os líderes devem dar devolutiva amanhã cedo”, apontou o ministro. Ele também voltou a dizer que a reforma tributária é um avanço e que, “quanto menos exceções, melhor”.

Além disso, o ministro destacou que a decisão política sobre a reforma tributária é do Congresso Nacional, mas avaliou que “o Congresso não vai poder dizer que não prestamos informações”, disse. De acordo com ele, a equipe envolvida no texto está em um bom caminho “de muita transparência e liderança”.

Haddad falou com jornalistas na tarde desta terça-feira (9), após se reunir com os líderes da Câmara dos Deputados e disse que a intenção é votar o projeto ainda essa semana, mas é necessário compor maioria. “Queremos votação expressiva, como na Emenda Constitucional”, afirmou. Além disso, ele destacou que Lira está liderando um processo complexo com a reforma tributária.

O ministro disse, ainda, que Lula deu declaração firme na semana passada que receitas e despesas têm que se encontrar. “Isso pavimenta inflação baixa, crescimento, geração de empregos”, avaliou.

Questionado sobre a proposta de renegociação das dívidas dos Estados com a União, Haddad respondeu que ainda não leu o texto enviado pelo presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), mais cedo. De acordo com o ministro, o objetivo da discussão é que não haja impacto primário nas contas do governo federal.

FONTE: VALOR ECONÔMICO – POR ESTEVÃO TAIAR E GABRIELA PEREIRA – BRASÍLIA

 

 

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