“Acho que há grandes iniciativas em andamento, mas nós precisamos também ter uma melhor estruturação, inclusive legislativa”, disse o ministro
O ministro do Supremo Tribunal (STF) André Mendonça afirmou nesta segunda-feira (30) que a reforma tributária poderia ser usada como forma de elevar responsabilidade social, no âmbito da iniciativa privada. Ele deu as declarações antes de participar de evento, no Rio de Janeiro, na Fundação Getulio Vargas (FGV), sobre responsabilidade social.
“Um dos nossos trabalhos hoje é atuar junto à reforma tributária, a fim de que nós possamos trazer mais incentivos para as empresas investirem em responsabilidade social”, afirmou Mendonça, sobre o assunto, sem especificar, no entanto, quais seriam esses incentivos. “Acho que há grandes iniciativas em andamento, mas nós precisamos também ter uma melhor estruturação, inclusive legislativa”, disse.
O ministro fez a observação antes de participar como palestrante do III Seminário de Responsabilidade Social 2024, promovido pelo Fórum Permanente de Responsabilidade Social da FGV Conhecimento, com apoio da Aegea e da Globo.
Também antes do evento, ele foi questionado se ainda existem entraves para que a cultura da responsabilidade social se difunda ainda mais, no país. Mendonça ponderou que, em sua análise, o tema ainda pode crescer muito em discussões, na sociedade. “O Brasil é muito desigual. Nós temos grandes bolsões de pobreza, de marginalidade, de discriminação. Ao mesmo tempo, nós temos grandes iniciativas”, notou. “O grande papel é unir os nossos esforços. Sociedade civil, empresas, organizações sociais, igrejas, cidadão, um ajudando o outro a trazer essa transformação e a esperança de uma vida melhor para todos”, concluiu.
Em sua fala, o ministro do STF fez questão de reiterar que a responsabilidade de disseminar maior responsabilidade civil, em diferentes campos da sociedade, não pode ficar somente à cargo do Estado. “Não é só esperar do Estado. O Estado tem um papel muito importante, mas também é a sociedade civil. E o nosso papel como sociedade civil é trazer a unidade de esforço para essa transformação efetiva” disse.
Outro aspecto destacado pelo ministro foi a necessidade de um esforço conjunto para fortalecer, no âmbito da iniciativa privada, a importância de ações que estejam elencadas em uma ideia de responsabilidade social. “Isso [para as empresas] traz ganhos de imagem, uma melhor representatividade da sua marca na sociedade. Ou seja, é um processo que tem que envolver a todos. Empresas, Estado e a organização da sociedade como um todo”, ressaltou, mais uma vez.
FONTE: VALOR ECONÔMICO – POR ALESSANDRA SARAIVA – RIO