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HADDAD ENVIARÁ SEGUNDO TEXTO DA REFORMA TRIBUTÁRIA NA PRÓXIMA SEMANA, AFIRMA LIRA

23 de maio de 2024

Presidente da Câmara também promete formalizar criação de grupos de trabalho para discutir regulamentação

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta terça-feira (21), que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), o avisou que o segundo texto da regulamentação da reforma tributária será encaminhado ao Congresso na próxima semana.

Ele também disse que pretende formalizar, ainda nesta terça, a criação dos dois grupos de trabalho que discutirão os projetos de regulamentação da reforma tributária e que pretende fazer nesta quarta-feira (22), uma reunião com líderes partidários e com os indicados para esses colegiados para bater o martelo sobre o plano de trabalho dos GTs.

“Devo estar publicando hoje, e amanhã já fazendo reunião com líderes partidários e indicados para que façamos juntos o plano de trabalho e já tenhamos uma rotina de ouvir, discutir, fazer as audiências necessárias e poder entregar, se tudo correr bem, antes ainda do final do semestre”, disse Lira a jornalistas ao chegar ao Congresso.

Lira confirmou que cada um dos grupos terá sete deputados, explicou que todos os membros atuarão como relatores e que, apenas na reta final, quando os pareceres forem elaborados para ir a votação, é que cada um dos GTs escalará um dos seus integrantes para organizar o relatório.

“Todos serão relatores, todos serão membros. Na hora de cumprir os ritos regimentais, aí a gente escolhe um deles para assinar o que todos vão fazer conjuntamente”, pontuou o alagoano. “A participação de todos os partidos indicando um membro para esses GTs já dará amplitude de debate como já foi na reforma tributária mesmo.”

Isenção para e-commerce

Lira reconheceu que há impasses em relação ao projeto de lei que institui o Programa Mobilidade Verde e Inovação, o Programa Mover. Ainda assim, ponderou que, na reunião com líderes partidários de mais cedo, ficou definido que a proposta deve ser levada a votação nesta quarta-feira (22). Desde a semana passada, há um embate entre o governo, o PT, deputados do Centrão e o próprio Lira sobre a manutenção no texto do trecho que trata da isenção de Imposto de Importação (II) sobre remessas internacionais de até US$ 50.

“Relator [Átila Lira] ficou de procurar uma solução alternativa. Há uma mobilização grande do setor de varejo, de todos os setores, com confederações, sindicatos, falando da importância e do que está acontecendo. Não será pautado hoje, está na pauta da semana. Amanhã os líderes darão uma definição sobre o texto. A ideia que saiu da reunião é que amanhã ele seria votado de qualquer maneira”, disse Lira ao chegar ao Congresso Nacional. Ele acrescentou que não acredita em um eventual fatiamento da proposta tirando a parte da isenção e o colocando em um novo texto.

“É preciso colocar na balança a manutenção dos empregos na indústria nacional, a concorrência para com as empresas nacionais, que não estão pedindo isenção, estão pedindo pé de igualdade. Então, os líderes vão decidir com o relator e amanhã deve estar na pauta”, acrescentou.

Streaming

Sobre o projeto que regulamenta os serviços de streaming (oferta de vídeo sob demanda), Lira admitiu que ainda há resistência. Ele explicou que o relator André Figueiredo (PDT-CE) está tentando conversar com bancadas para negociar ajustes. “Eles estão tentando negociar. Mais uma vez enfrentamos dificuldades de narrativas que, no meu ver, não condizem com a realidade do projeto. Mas, como no Brasil ultimamente as coisas estão assim – quando você batiza, as coisas viram nome – as dificuldades não estão pequenas para aprovar essa matéria.”

Diferentemente do projeto do Mover – que ele acredita haver maioria para aprovar pelo menos uma parte do texto -, a proposta de regulamentação do streaming está em situação mais delicada. “O PL do streaming, não tenho certeza sobre o apoio.”

Lira deixou em aberto a possibilidade de o PL do streaming ter o mesmo desfecho que o PL das fake news. “Falta de votos? Confusão? Já tá desenhado, né”, comentou.

O parlamentar do PP afirmou ter feito apelo para que partidos que não concordam com a proposta não fiquem desgastando relator para que ele negocie e depois votem contra.

Em relação ao projeto de lei complementar que permite a securitização da dívida dos Estados e municípios, Lira disse que insistirá que o relator Alex Manente (Cidadania-SP) conclua essa semana o parecer para que ele possa ser colocado em votação. Objetivo é colocar em votação o quanto antes, porque texto deve ter alterações e precisará passar por nova análise do Senado.

FONTE: VALOR ECONÔMICO – POR MARCELO RIBEIRO E RAPHAEL DI CUNTO – DE BRASÍLIA

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