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COPOM ABANDONA LINGUAGEM QUE DESCREVIA ALTA DE INFLAÇÃO COMO ‘TEMPORÁRIA’

17 de junho de 2021

“A persistência da pressão inflacionária revela-se maior que o esperado”, afirma Comitê.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central abandonou, em comunicado, a linguagem que descrevia a alta de inflação como temporária.

“A persistência da pressão inflacionária revela-se maior que o esperado, sobretudo entre os bens industriais”, afirma o documento.

“Adicionalmente, a lentidão da normalização nas condições de oferta, a resiliência da demanda e implicações da deterioração do cenário hídrico sobre as tarifas de energia elétrica contribuem para manter a inflação elevada no curto prazo, a despeito da recente apreciação do real”.

De acordo com o comunicado, “o comitê segue atento à evolução desses choques e seus potenciais efeitos secundários, assim como ao comportamento dos preços de serviços conforme os efeitos da vacinação sobre a economia se tornam mais significativos”.

O Comitê afirmou que o cenário básico para a inflação permanece com “fatores de risco em ambas as direções”.

“Por um lado, uma possível reversão, ainda que parcial, do aumento recente nos preços das commodities internacionais em moeda local produziria trajetória de inflação abaixo do cenário básico”, disse.

Em sentido oposto, “novos prolongamentos das políticas fiscais de resposta à pandemia que pressionem a demanda agregada e piorem a trajetória fiscal podem elevar os prêmios de risco do país”.

Segundo o colegiado do Banco Central, “apesar da melhora recente nos indicadores de sustentabilidade da dívida pública, o risco fiscal elevado segue criando uma assimetria altista no balanço de riscos”.

Isso significa que a trajetória de inflação pode ficar “acima do projetado no horizonte relevante para a política monetária”.

FONTE: Valor Econômico. Por: Estevão Taiar e Alex Ribeiro, Valor — Brasília

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