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BC MANTÉM RITMO E ELEVA TAXA SELIC A 4,25%

17 de junho de 2021

Alta de 0,75 ponto percentual era esperada pelo mercado. Decisão foi unânime.

O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou nesta quarta-feira a taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual, de3,5% ao ano para 4,25% ao ano, conforme vinha indicando desde a reunião anterior. Foi a terceira alta consecutiva da Selic,todas de 0,75 ponto.

“Neste momento, o cenário básico do Copom indica ser apropriada a normalização da taxa de juros para patamar considerado neutro. Esse ajuste é necessário para mitigar a disseminação dos atuais choques temporários sobre a inflação. O Comitê enfatiza, novamente, que não há compromisso com essa posição e que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar o cumprimento da meta de inflação”, disse o Banco Central (BC) em comunicado.

Novo aumento previsto

Para a próxima reunião, o Comitê antevê a continuação do processo de normalização monetária com outro ajuste da mesma magnitude, diz ainda o texto. O Copom alertou que poderá intensificar o aperto se for necessário.

“Para a próxima reunião, o Comitê antevê a continuação do processo de normalização monetária com outro ajuste da mesma magnitude”, diz comunicado. “Contudo, uma deterioração das expectativas de inflação para o horizonte relevante pode exigir uma redução mais tempestiva dos estímulos monetários. O Comitê ressalta que essa avaliação também dependerá da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e de como esses fatores afetam as projeções de inflação”, diz o comunicado.

Após a reunião anterior, quando elevou a Selic de 2,75% ao ano para 3,5% ao ano, o Copom afirmou que para o encontro de junho antevia “outro ajuste da mesma magnitude”. Mas ressaltou que isso dependia “da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação”.

Com a decisão desta quarta-feira, a taxa básica de juros voltou para o patamar pré-pandemia. Em fevereiro e meados de março do ano passado, a Selic estava justamente em 4,25% ao ano.

Pesquisa conduzida pelo Valor na semana passada ouviu 104 instituições financeiras e consultorias, das quais 103 calculavam alta de 0,75 ponto percentual da Selic. Apenas uma esperava alta maior, de 1 ponto. Nos últimos dias, entretanto, ganhou força entre analistas a possibilidade de uma elevação maior.

O Copom realiza a sua próxima reunião nos dias 3 e 4 de agosto.

Patamar neutro

O Comitê afirmou que considera ser adequada a “normalização” da Selic para um patamar neutro. “Neste momento, o cenário básico do Copom indica ser apropriada a normalização da taxa de juros para patamar considerado neutro“, informou em comunicado.

Segundo o Copom, o “ajuste é necessário para mitigar a disseminação dos atuais choques temporários sobre a inflação”.

No entanto, o colegiado também enfatizou, “novamente, que não há compromisso com essa posição e que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar o cumprimento da meta de inflação”.

Recuperação econômica

O Comitê afirmou que “os riscos para a recuperação econômica reduziram-se significativamente” no Brasil.

“Apesar da intensidade da segunda onda da pandemia, os indicadores recentes continuam mostrando evolução mais positiva do que o esperado, implicando revisões relevantes nas projeções de crescimento”, disse.

Em relação ao cenário externo, a avaliação do colegiado é que “estímulos fiscais e monetários em alguns países desenvolvidos promovem uma recuperação robusta da atividade econômica”.

“Devido à presença de ociosidade, a comunicação dos principais bancos centrais sugere que os estímulos monetários terão longa duração”, disse.

Mesmo assim, o Copom destacou que “a incerteza segue elevada e uma nova rodada de questionamentos dos mercados a respeito dos riscos inflacionários nessas economias pode tornar o ambiente desafiador para países emergentes”.

FONTE: Valor Econômico. Por: Estevão Taiar e Alex Ribeiro, Valor — Brasília

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